SÍMBOLOS DA ACESSIBILIDADE
Símbolos para deficiências na trajetória inclusivaRomeu Kazumi Sassaki *
Referência bibliográfica:
SASSAKI, Romeu Kazumi. Símbolos para deficiências na trajetória inclusiva. Reação, ano XII, n. 66, jan./fev. 2009, p.11-17.
“Com sua diversidade, os signos, símbolos, logotipos e sinais representam a expressão de nossa época, que tudo permeia e marca, e são capazes de indicar o futuro, uma vez que mantêm e conservam o passado.” – Adrian Frutiger. Como outros segmentos da população em geral, o das pessoas com deficiência tem se utilizado também de signos, emblemas, símbolos, logotipos, logomarcas e sinais a fim de comunicar - de maneira visual, sucinta e inequívoca - certas idéias para o público. A prática da transmissão de idéias através de imagens é tão antiga quanto a história da humanidade. Esta prática necessariamente envolve o uso de diversas inteligências: pictográfica, visual/espacial, corporal/cinestésica, musical, ética/moral, política etc. A sua trajetória, após percorrer a fase de integração (décadas de 60 a 80), entrou na fase de inclusão (década de 90 e início do século 21). Perguntamos: Os símbolos concebidos à luz do paradigma da integração resistem aos crivos da inclusão? Já existem símbolos concebidos sob a inspiração do paradigma da inclusão?
Neste artigo, vamos focalizar nossa atenção apenas sobre os símbolos que foram criados para o envio de informações, avisos e orientações referentes aos vários tipos e categorias de deficiência em determinados contextos ou situações. Não confundamos símbolos com logotipos e logomarcas (estes identificam instituições e produtos). Dividiremos o texto em três partes.
I. CATEGORIAS DE DEFICIÊNCIA
Deficiência auditivaNesta seção, consideraremos os seguintes tipos dentro da categoria de deficiência física: [a] Baixa estatura, [b] pessoas que utilizam muletas ou bengalas, [c] paralisia cerebral com limitações físicas, e [d] pessoas que utilizam cadeira de rodas.
Outrora conhecidos como “nanismo” (condição) e “anão” (indivíduo), os termos hoje aceitos são, respectivamente, “baixa estatura” e “pessoa com baixa estatura”. Em alguns poucos países, o termo mais aceito para este grupo de pessoas é “pessoas pequenas” (“little people”, em inglês), como é o caso dos EUA e de Kosovo. A propósito, o símbolo mostrado na Fig.5 – que representa uma pessoa com baixa estatura – já é utilizado pelo povo kosovar. Naquele país, existe há vários anos uma organização não-governamental, muito ativa, chamada Little People of Kosova, que utiliza este símbolo e que, em 2008, apresentou à ONU uma proposta no sentido de que a Assembleia Geral adote este símbolo. Até este momento, consta que ele ainda não foi adotado. No Brasil, estas pessoas têm altura que varia de 70cm a 1,40m.
O símbolo para uma pessoa que se locomove apoiando-se em um par de bengalas tipo canadense (Fig.6) ilustrou os quatro folhetos comentados nas Notas 1, 2 e 3 (ver Bibliografia no final deste artigo). Os folhetos da Corde, da Petrobras e do Cepred e os símbolos foram adaptados de um folheto publicado na França em 1982.
Este símbolo representa pessoas que utilizam muletas axilares. Embora a figura humana esteja com duas muletas, o símbolo pode representar pessoas que se locomovem com uma só muleta. Ele apareceu no folheto do Governo do Estado de São Paulo “O direito de ir e vir: Guia da acessibilidade nos transportes metropolitanos”, em 2004(?).
O mesmo símbolo em três versões: o próprio leitor poderá apontar onde estão as diferenças. O símbolo para pessoas com paralisia cerebral (Fig.8 esquerda) ilustrou o folheto da Corde (1991), da Petrobras (s/d) e da Secretaria de Saúde de Pernambuco (s/d). O símbolo do meio constou na capa do folheto francês (Commission Handicapés). O símbolo da direita está na capa do folheto publicado pelo Cepred, da Bahia (s/d). Estes três folhetos foram adaptados de um folheto publicado na França em 1982. Ver outros comentários nas Notas 1, 2 e 3, da Bibliografia.
Este é o verdadeiro Símbolo Internacional de Acesso, aprovado e adotado no 11° Congresso Mundial sobre Reabilitação de Pessoas Deficientes, realizado pela Rehabilitation International (RI) em setembro de 1969. A cor do fundo é o preto ou o azul escuro e a cor da figura sentada é branca; ou o inverso: a figura em preto ou azul escuro sobre o fundo em branco. O Brasil adotou este símbolo através da Lei n. 7.405, de 12/11/85, que disciplina rigorosamente o seu uso, “não sendo permitida nenhuma modificação ou adição ao desenho” deste símbolo.
Entretanto, a Lei continua sendo descumprida. O leitor é convidado a descobrir as modificações constantes nos quatro símbolos (Fig.10) em violação às normas que protegem o verdadeiro Símbolo Internacional de Acesso.
Uma curiosidade histórica. O Símbolo Internacional de Acesso foi criado pela desenhista dinamarquesa Susanne Koefoed, que apresentou exatamente o desenho mostrado na Fig.11. Por sugestão do Comitê de Ajudas Técnicas da Rehabilitation International, foi acrescentada uma cabeça, o que resultou no Símbolo como o mundo inteiro ficou conhecendo.
Até o presente momento, são conhecidos, e assim mesmo em círculos restritos, apenas três propostas de símbolo para a deficiência intelectual.
Este símbolo (Fig.12) parece ser o mais antigo. Apareceu no folheto “Si vous rencontrez un handicapé, comment vous comporter?”, publicado provavelmente no final da década de 70, em Paris, França.
Nele aparece uma cabeça estilizada, com traços sólidos, na qual a linha do contorno da cabeça (ou seja, do cérebro) está pontilhada, simbolizando “déficit cognitivo”. Um detalhe interessante, agradável, está nos lábios sorridentes da figura humana.
A segunda proposta (Fig.13) foi publicada no folheto produzido pelo Mouvement Jeunes Femmes, o mesmo grupo que escreveu, em 1982, o folheto referido na Fig.12. Nele é apresentada uma figura humana (cabeça, braços e corpo até a cintura), na qual a metade da cabeça (ou seja, o cérebro) está pontilhada simbolizando “déficit cognitivo”. Este símbolo foi reproduzido no folheto divulgado pelo Cepred, da Bahia.
A terceira proposta é a da Fig.14. Aparece uma figura humana (cabeça, braços e corpo até a cintura), na qual apenas uma pequena parte da cabeça (ou seja, do cérebro) está comprometida, simbolizando o “déficit cognitivo”. O fato de a maior parte do cérebro estar preservada é compatível com o atual termo/conceito de deficiência intelectual, que é melhor e mais preciso – portanto – que o superado termo/conceito de deficiência mental (comprometimento da mente inteira).
Anteriormente à adoção do Símbolo Internacional de Cegueira (Fig.15), a França estava utilizando o símbolo mostrado na Fig.16 e que foi utilizado na capa do folheto publicado em 1982 pelo grupo Mouvement Jeunes Femmes. A restrição que se pode fazer a este símbolo é que a figura humana é vista de frente e não de perfil, o que faz com que a bengala longa não seja codificada como tal. Para o público em geral, este símbolo não diz nada.
Embora o Símbolo Internacional de Cegueira tenha pretendido, já em 1984, contemplar tanto as pessoas cegas quanto as que têm baixa visão, surgiu um símbolo específico para a baixa visão (Fig.17). Trata-se de um olho humano estilizado; por sobre metade dele há linhas tracejadas para simbolizar comprometimento da visão, em variados graus.
Este é o símbolo (Fig.18) para indicar que a audiodescrição será feita ao vivo para pessoas cegas ou com baixa visão. Trata-se de um serviço que torna mais acessíveis os espetáculos de palco, as artes visuais e as exposições plásticas. Este símbolo contém a palavra “audiodescrição”, que em inglês se escreve com um espaço entre “AUDIO” e “DESCRIPTION”. Mas, em português, a palavra deverá vir como uma só: AUDIODESCRIÇÃO.
Este outro símbolo (Fig.19) também se relaciona com audiodescrição, porém especificamente para indicar a acessibilidade aos programas de televisão, exibição de vídeos e projeção de filmes de cinema. Novamente, por se tratar de um símbolo em inglês, aparecem as letras “A” e “D”, iniciais daquelas duas palavras: AUDIO e DESCRIPTION. Como em português a palavra “AUDIODESCRIÇÃO” tem apenas uma letra inicial, deverá haver no Brasil outra solução pictográfica para simbolizar este tipo de serviço provido a pessoas cegas ou com baixa visão.
II. OUTRAS CONDIÇÕES
III. SÍMBOLO COMEMORATIVO
FONTE: http://www.vezdavoz.com.br/site/simbolos_acessibilidade.php
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